As pessoas estão cheias de feridas ocultas, desconfianças, sobressaltos. E talvez a razão não seja o medo da felicidade, essa teoria simplista alardeada por alguns especialistas em seres humanos. Só teme a felicidade quem acredita – e sentiu na pele – que ela pode nos tornar duramente infelizes no momento seguinte. Antecipamos a dor para não sorvê-la aos poucos qual veneno corrosivo; assim como apressa o orgasmo quem não aguenta sentir prazer.
Somos colecionadores de crenças, teorias, verdades absolutas. Em algum momento de fato precisamos delas, seja para acreditar que nunca mais nos machucaremos novamente, seja para criar defesas intransponíveis e, assim, não despencarmos de vez, seja para anestesiar a sensibilidade debilitada na tentativa de manter as emoções sob controle – como se isso fosse possível. As crenças nos salvam, as verdades absolutas nos mantêm numa zona confortável e as teorias alimentam nossa preguiça. Pra quê? Em nome do quê?
Amar dá muito trabalho mesmo. É preciso ter a força e a coragem de um gladiador e a fragilidade de um cristal. Tão incompatível isso! Ainda largar as muletas da autopiedade, fazer com que o outro entenda nosso coração amedrontado e, o mais difícil, sair da superficialidade, desapegar-se do medo do ridículo e da indescritível sensação da traição em todos os níveis – até os mais sórdidos. Amar é um sonho arriscado demais. Quem garante a sinceridade alheia hoje em dia? São tantas decepções (diria o Rei Roberto neste século).
Esqueça. Não há garantias. E assim continuamos nos privando do mais caro sonho de consumo. Seguimos sobressaltados, machucados, desconfiados… E envergonhados por sermos quem somos. Já que conseguimos a proeza heróica de ceifar todo o mal, melhor mesmo é cortar o bem pela raiz.
Somos colecionadores de crenças, teorias, verdades absolutas. Em algum momento de fato precisamos delas, seja para acreditar que nunca mais nos machucaremos novamente, seja para criar defesas intransponíveis e, assim, não despencarmos de vez, seja para anestesiar a sensibilidade debilitada na tentativa de manter as emoções sob controle – como se isso fosse possível. As crenças nos salvam, as verdades absolutas nos mantêm numa zona confortável e as teorias alimentam nossa preguiça. Pra quê? Em nome do quê?
Amar dá muito trabalho mesmo. É preciso ter a força e a coragem de um gladiador e a fragilidade de um cristal. Tão incompatível isso! Ainda largar as muletas da autopiedade, fazer com que o outro entenda nosso coração amedrontado e, o mais difícil, sair da superficialidade, desapegar-se do medo do ridículo e da indescritível sensação da traição em todos os níveis – até os mais sórdidos. Amar é um sonho arriscado demais. Quem garante a sinceridade alheia hoje em dia? São tantas decepções (diria o Rei Roberto neste século).
Esqueça. Não há garantias. E assim continuamos nos privando do mais caro sonho de consumo. Seguimos sobressaltados, machucados, desconfiados… E envergonhados por sermos quem somos. Já que conseguimos a proeza heróica de ceifar todo o mal, melhor mesmo é cortar o bem pela raiz.
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